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A Cidade

by Valentin

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1.
Baixar A Voz 02:42
Baixar a voz nunca fez proteção Fechar os olhos pro mundo nunca nos impediu de tropeçar O sangue que escorre é sempre o mesmo E as cicatrizes são sempre nossas Essas mãos construíram as cidades onde hoje Nossos corpos envelhecem Nos urbanos caixotes de concreto Ou nas lavouras que desertificam O que muda além da paisagem É o veneno que se respira no ar É preciso coragem pra ver e sentir É preciso coragem pra andar É preciso coragem pra admitir CORAGEM! A segurança que se faz plantando o medo No aço quente que rasga as entranhas Seu sagrado lucro É o repetido desespero de quem sempre pagou a conta
2.
Lobo 04:21
Chega bem perto, sorrindo E mostra sua face mais cruel Sangue nos dentes Hálito canino Falando alto, babando insultos Como foi que chegou aqui? Qualquer vestígio de felicidade incomoda Faz arder o desejo negligenciado, silenciado de estar vivo Bruto como uma pedra desperta nos desavisados e aflitos os desejos mais sombrios No último e único instinto todos querem salvar a própria pele
3.
Velho Bairro 02:36
Pelas ruas do velho bairro Prédios altos tomam conta da paisagem Pequenas casas resistem tímidas E as que tombaram dão lugar as novas fachadas que escondem com muros altos O novo mundo que sustentam E eu já não me reconheço mais aqui Nas esquinas onde antes no fim da tarde Se conversava sobre a vida, a paz e a guerra Sobraram apenas calçadas hostis Onde ninguém faz questão de colocar os pés E o mundo interage através de grades E todos se acostumam a viver atrás das grades
4.
Seguimos embasando crenças e opiniões Em fragmentos distorcidos de percepção Que mesmo nutridos da boa intenção ainda segregam O limite que se impõe pela exacerbada valorização da dádiva do sentido da visão de perceber apenas objetivamente a realidade e não considerar a subjetiva abstração Nos esfola vivos nesse jogo imundo E escancara nosso frágil equilíbrio entre o corpo E o que não é corpo mas ainda não transcende Comove o esforço coletivo tão humano Quase involuntário Na fabricação de novos deuses, ídolos e reis Que idealizam nossos sonhos enquanto Cansados custamos a dormir preocupados com o que virá Se o sol irá nos engolir, se os dias vão bastar Preocupados com o que virá Se o sol irá nos engolir A terra vai nos engolir Os dias vão bastar
5.
Enquanto eu me ajoelho nos degraus de seu altar Consentindo com seu jogo Me sujeitando as suas regras Eu não esqueço quem eu sou Quando deixo de usar a voz Quando o tempo se torna algoz Pulando de pedra em pedra quente Desviando da corrente Na intenção de engendrar a corrente que vai Aliviar a dor De insistir em manter de pé Mesmo nos dias em que falha a fé em nós Vi cavalos correndo soltos na praia Adultos brincando como crianças E abundância por todo lugar Pequenas ilhas de liberdade Até em frestas como essa Tua mão invisível pretende alcançar Onde passava um rio ergueu-se um negócio e a água corrente se tornou vento Secando a vida, plantando sede Onde antes fartura e contemplação Escassez ansiedade e preocupação Fazem parte da tua receita Mas o teu tombo será nossa cura Nossa cura será o teu fim
6.
A noite eu saio pela rua Entre os carros pedalo no vapor Já faz uma semana que eu não sei quem sou Isso antes era bom Mas agora eu preciso pagar contas Fingir que aqui dentro não existe um vulcão prestes a explodir Procuro em qualquer lugar qualquer amparo Mas sempre me deparo com a amarga mas certeira conclusão De que não existe companhia a altura da própria solidão E já não gasto meus sofridos trocados Na intenção de distrair a consciência Desejo o mergulho profundo, presente e sei que vai doer Mas abraço meus demônios e as consequências Faço apostas burras que sei que vou perder Saboto todos os planos e depois jogo alcool em cima Pra sentir a ferida arder
7.
O peso do teu corpo sobre o meu corpo Alivia o peso dos dias na cidade cinza dos homens que não aceita perder São tantas distrações, telas, contas, mapas e planos pra traçar Que só em pensar… O peso do teu corpo sobre o meu corpo Alivia o cansaço dos dias No movimento da cidade cinza dos homens De se perder pra encontrar Pernas pra correr Braços pra abraçar
8.
A Cidade 03:55
Quando abrem os sinais e os carros rasgam a avenida O barulho ensurdecedor da máquina que cala os nossos dias Torna tudo tão duro, tão impossível de se ver as grades, os muros, prédios altos de concreto imundo nos distanciam de nós mesmos e do outros tão rapidamente E a noite quando a luz se vai E em cada esquina espreita o medo E nos tornamos todos suspeitos Os noticiários, os jornais e as revistas repetem todos os dias Que os caminhos estão lá pra quem quiser trilhar, ganhar muito dinheiro e vencer na vida Mas convenientemente esquecem de dizer que nem a todos se apresenta o mesmo ponto de partida E que quem se submete a essa servidão aos olhos do mercado não passa de mercadoria E que só possível essa ilusão as custas de algumas centenas de milhares de vidas Que só vemos em manchetes tendenciosas que assumem nas entrelinhas Que o bem estar de poucos não seria possível sem essa covardia.
9.
Eu quero abandonar esse baile Não sei nem nunca soube dançar Mas entrei por entrar feito cachorro Pela porta aberta jogando o jogo É chegada a hora, me deixa sair Se não há nada além disso então eu quero mesmo é ir embora No princípio até parece divertido Alguém lhe guia os passos E dificilmente o rumo é perdido É chegada a hora, me deixa partir Se não há nada além disso então eu quero mesmo ir embora A incessante troca das horas Por um futuro mais tranquilo Isso já não faz sentido
10.
Quais são as chances de escaparmos sem nenhum arranhão Dessa tragédia branda? Desse conflito eminente que nunca estoura Água que ferve devagar Medo que chega sem fazer alarde Diante de nós Abismos incontornáveis Sugerem a direção Será um salto no vazio ou serão novas maneiras de pensar outra realidade? O tombo virá!
11.
Quanto mais eu procuro Menos encontro Razão ou motivos pra seguir Meu corpo já não encontra abrigo E mesmo assim agradeço por poder cantar E me manter de pé Ainda que eu não saiba muito bem porque Sigo insistindo Faço trato com meus demônios Pra que me deixem em paz Pra que eu deixe de olhar pra trás … Não posso esquecer os tropeços Pra não repetir alguns erros E de que adianta tropeçar em medos antigos toda vez [Pois de que adianta tropeçar em erros antigos toda vez] Que as pernas abrem compasso Pra algum novo passo Se posso cair novos tombos? Ah essa vontade de correr o mundo De experimentar a sensação Do toque em outra pele Do sabor de outra fruta Som e do gosto da chuva Quando bate no rosto e lava até a alma Mas alivia o peso e traz alguma calma Enquanto errantes no caminho Tateamos na escuridão
12.
Fim 00:20

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credits

released August 11, 2022

Letras por Erico Junqueira e Letra em "Enquanto Eu Me Ajoelho" por Erico Junqueira e Leonardo Zimmermann

Violão e Voz: Érico Junqueira
Guitarra, Baixo e Synths: Leonardo Braga
Bateria: Nicolly Demeneghe

Participações de Jair Naves em Lobo, Ingrid Wimmer em Os Dias Vão Bastar, Amanda Gabana em Agora Eu Preciso Pagar Contas, Gabriel Castro e Rocio Judit Carmona em Enquanto Eu Me Ajoelho

Produção Musical: Leonardo Braga
Mixagem: Leonardo Braga
Masterização: Valmor Pedretti (F_ck The Zeitgeist)

Direção Artística: Bruno dos Anjos
Produção Executiva: OCorre Lab

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Valentin Porto Alegre, Brazil

As velhas músicas não abraçam mais.

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